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Objeto de estudo

É objeto de estudo da Biologia o fenômeno Vida em toda sua diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de processos organizados integrados, quer no nível de uma célula, de um indivíduo, ou ainda, de organismo no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto da interação entre seus elementos constituintes e da interação entre esse mesmo sistema e os demais componentes do seu meio. As diferentes formas de vida estão sujeitas as transformações que ocorrem no tempo e no espaço, sendo, ao mesmo tempo transformadas e transformadoras do ambiente.


Desde o paleolítico o ser humano, caçador e coletor, as observações dos diferentes tipos de comportamento dos animais e da floração das plantas foram registradas nas pinturas rupestres como forma de representar sua curiosidade em explorar a natureza.


A história da ciência mostra tentativas de definir a VIDA têm origem na antiguidade. Idéias desse período, que contribuíram para o desenvolvimento da Biologia, tiveram um dos principais pensadores o filósofo Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.). A concepção teocêntrica permeou as explicações sobre a natureza e considerava que “para tudo que não podia ser explicado, visto ou reproduzido, havia uma razão divina; Deus era o responsável”.


Logo após, surgiu o pensamento biológico mecanicista com René Descartes, Willian Harvey, Francesco Redi... reafirmou-se com a invenção e o aperfeiçoamento de instrumentos que permitiram ampliar a visão anatômica e fisiológica. Para entender o funcionamento da VIDA, a Biologia fracionou os organismos vivos em partes cada vez mais especializadas e menores, com o propósito de compreender as relações de causa e efeito no funcionamento de cada uma delas.


Evidências sobre a extinção das espécies forjaram, no pensamento científico europeu, à luz dos novos achados, proposições para a teoria da evolução em confronto com as ideias anteriores. A ideia de mundo estático, que não admitia a evolução biológica, cada vez mais foi confrontada. Para consolidar sua teoria sobre a origem das espécies por meio de seleção natural ou favorecidas na luta pela vida, Darwin valeu-se de evidências evolutivas, as quais foram consideradas provas e suporte de suas concepções: “o registro dos fósseis, a distribuição geográfica das espécies, anatomia e embriologia comparadas e a modificação de organismos domésticos”.


Em meados da década de 1970, a discussão acerca do progresso da ciência se dá através do pensamento biológico da manipulação genética. O pensamento cientifico passou, então, a utilizar diferentes formas de abordar a realidade objetiva, a considerar que essas formas coexistem e que essa coexistência indica a necessidade de rever o método cientifico como instrumento que confere às ciências físicas e naturais o status de cientificidade.


No entanto, os conhecimentos apresentados pela disciplina de Biologia no Ensino Médio não resultam da apreensão contemplativa da natureza em si, mas dos modelos teóricos elaborados pelo ser humano – seus paradigmas teóricos -, que evidenciam o esforço de entender, explicar, usar e manipular os recursos naturais.


Esses conhecimentos geram conflitos filosóficos, científicos e sociais põem em discussão a manipulação genética e suas implicações sobre o fenômeno VIDA. Para a aproximação social dos conteúdos, cabe um repensar sobre os diferentes sujeitos envolvidos no processo ensino aprendizagem e nos papéis da escola, do professor e do aluno. Para o ensino de Biologia, compreender o fenômeno da vida e sua diversidade de manifestações significa pensar em uma ciência de transformação, cujo caráter provisório do conhecimento garante uma reavaliação dos seus resultados e possibilita um repensar e uma mudança constante de conceitos e teorias elaboradas em cada momento histórico e social. A Biologia contribui para a formação de sujeitos críticos, reflexivos e atuantes, por meio de conteúdos, desde que ao mesmo tempo proporcionem o entendimento do objeto de estudo – o fenômeno VIDA – em toda sua complexidade de relações, ou seja, na organização dos seres vivos; no funcionamento dos mecanismos biológicos; do estudo da biodiversidade no âmbito dos processos biológicos de variabilidade genética, hereditariedade e relações ecológicas; e das implicações dos avanços biológicos no fenômeno VIDA.


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